sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Apresentando... Relicário!

Maquete feita pelo grupo

                Depois de passar meses analisando o espaço escolhido em Vitoriano Veloso para a intervenção, depois de fazer projetos no programa SketchUp (sensorial e físico), maquetes e a performance, o grupo passou para um próximo nível do projeto: o de selecionar as ideias, achar meios de desenvolvê-las e fazer a montagem completa. Para isto, tomando como base todas as nossas experiências em Bichinho, com a análise do espaço e das pessoas deste mesmo, apontamos os principais pontos que deveríamos tratar na nossa intervenção: o da marca do público e privado e da criação de um espaço que não fosse apenas de passagem, mas sim convidativo e aconchegante. 
                Decidimos aproveitar a ideia do público e privado devido ao amplo espaço convidativo do local que quase entra em contradição com a balaustrada cercando o local (algo não tão corriqueiro em Bichinho, uma vez que quase todas as casas não possuem essa delimitação). Esta também marca apenas uma maneira de se entrar na loja, de forma que seja perdida toda a liberdade de aproveitamento do espaço. Para isto, decidimos montar um escorregador (que foi feito com quatro placas de MDF) e uma escada de latas de tinta vazias para quebrar a barreira gerada pela balaustrada. Desta forma, teríamos agora três modos de se entrar no recinto: pela porta principal, pela escada ou pelo escorregador. 
                Para criar o espaço aconchegante e interativo ao mesmo tempo, decidimos produzir puffs feitos com garrafas pets cobertos com espuma e courino nas cores vermelha, verde e amarela (por causa das cores do Mucama) utilizando o formato de peças de tetris para que as pessoas pudessem se sentar, deitar e conversar. Para gerar um espaço tranquilo, decidimos usar três sons que seriam ativados pelo contato dos puffs: uma junção de quatro músicas (três da banda americana Beirut interpretadas por Grant – Scenic World, Nantes e Postcards from Italy – e uma da banda inglesa Beatles – Blackbird), sons de pássaros e som da chuva. A combinação das três faixas geraria um ambiente sereno e tranquilo para que as pessoas pudessem aproveitar. 
                Juntamente com o sistema de som, para evidenciar a trepadeira do local, decidimos acoplar um sistema de iluminação feito com fios de leds que seriam disposto por toda a trepadeira de modo que, cada um dos quatro seria ligado à uma das faixas de som, de modo que cada fio piscaria no ritmo do som acionado. 
                Deste modo, cada combinação de sons geraria um efeito diferente nas luzes do ambiente. A pessoa poderia acionar só os sons dos pássaros e da chuva se quisesse, só a música, a música e o som dos pássaros... Enfim, haveriam vários modos de configuração dos sons e das luzes. Juntamente com esta configuração de sons, existiriam configurações diferentes para os puffs, já que todos os sons poderiam ser acionados utilizando apenas três puffs. Deste modo, os puffs restantes poderiam ser colocados do modo que as pessoas utilizando o espaço desejassem. 


  

  

                Pensando no modo de se reconfigurar o escorregador também, decidimos colocar nele canetas para CD para que quem passasse por ali pudesse desenhar, escrever, deixar sua marca nele. Para nossa surpresa, o escorregador que no início parecia maravilhoso todo branco ficou ainda mais bonito coberto com desenhos de crianças, e recados amorosos da população. 
                A experiência final (que ocorreu no dia cinco de novembro de 2011) foi um sucesso. Todos que por ali passavam tentavam entrar pelo escorregador que, no fim das contas, foi o ponto preferido de várias crianças do vilarejo. A iluminação e os puffs surtiram o efeito que esperávamos, e gerou um ambiente muito aconchegante. 







sábado, 22 de outubro de 2011

A concretização da interatividade

           Foi nos proposto a criação de um objeto para que entendessemos as propostas de interatividade apresentadas nos textos lidos, nas exposições vistas em Inhotim e nas aulas. Para isso, decidi desenvolver um “teclado” diferente: ao contrário do teclado normal, cujo foco é a audição, tentei levá-lo para o tátil. O objeto é basicamente uma caixa vermelha grande (de modo que mais de uma pessoa possa tocar o instrumento) com vários espaços vagos que são completados com paralelepípedos, esferas e cilindros. Em cada um destes espaços à um botão ligado a uma placa de teclado de forma que, quando a pessoa encaixe o objeto e o aperte, ele acione o sistema e então, toque a nota.
           As peças criadas foram encapadas com tipos diferentes de papeis (como EVA branco, EVA de bolhinas pretas, papel camurça, papel crepom, papel vegetal e isopor cru) para gerar texturas diferentes, evidenciando o toque do instrumento. 
           Seguem as fotos do objeto:












           E para finalizar, o vídeo do objeto em funcionamento:

A interatividade de Janet Cardiff e George Bures Miller

O Sonho da Razão Produz Monstros - Goya
           Em Inhotim em nossa viagem com a classe, meu grupo decidiu escolher o pavilhão de Janet Cardiff & George Bures Miller. Visitamos então a sua obra The Murder of Crows de 2008. Ao pesquisarmos um pouco sobre essa obra antes de irmos vê-la, descobrimos que ela foi inspirada na gravura de Goya, O Sonho da Razão Produz Monstros. Após intensa pesquisas, sabíamos quem eram os artistas, quais os propósitos da obra, como ela era arranjada e tudo mais. Mas o que não sabíamos era o que iria nos chocar nesta obra. Chegamos a ver vídeos inclusive, mas nada supera a experiência proposta por estes artistas. 
           Chegando em Inhotim fomos a nossa obra. Um galpão grande coberto com espuma (para melhorar a acústica do ambiente) com um arranjo de cadeiras em círculos (algumas para sentar-se e ter a experiência e outras apenas com caixas de sons) e uma mesa central com um gramofone. 
Obra exposta em Inhotim
           Deste gramofone sai a voz da doce Janet Cardiff. Através destas 98 caixas de sons espalhadas por todo o ambiente é possível se teletransportar para o lugar. Fechamos os olhos e através das lembranças de um sonho mais que maluco de Janet com industrias com maquinas alimentadas por bebês e gatos, com perseguição e pessoas que perdem a perna, somos tocados e acariciados apenas com o som. A obra transforma o que era apenas audível em uma experiência corpórea extremamente intensa. Os momentos de medo nos fazem sentir medo, quando os ventos sopram sentimos o frio. Tudo foi muito bem planejado e arranjado através de um sistema de caixas de sons. 
Janet Cardiff & George Bures Miller
           Em quase meia hora de sons de vento, passos, máquinas, corvos e corais, a voz nos guia durante todo o sonho que é finalizado com uma música doce e calma. A experiência é inigualável. 
           Como já havia dito no começo, pesquisamos antes de ver a obra e achamos videos o qual irei postar agora, mas já aviso de antemão: nada supera a experiência de estar no meio desta obra fantástica. 


           Durante a estadia na obra, também fizemos uma série de croquis seguidos por uma intensa conversa sobre como a arquitetura dialoga com a obra. Chegamos a conclusão que o próprio galpão aberto se conecta em alguns momentos à obra: em momentos que estamos em uma fábrica o galpão se liga a este e em momentos em que estamos na praia deserta com ventos o grande espaço aberto e branco também se assemelha. A arquitetura do galpão é simples de quesitos arquitetônicos, ela prioriza a experiência da audição e não da visão, por isso, qualquer decoração própria para o local que se conectasse à obra é substituída por paredes brancas revestidas de espuma para ajudar na acústica do ambiente, algo que favorece muito a obra. 
  
Visão geral da obra (lápis 4B)


Gramofono central (lápis 8B e 4B)
           Visitamos também outra obra dos artistas em que foi decomposta uma ópera. Em várias caixas de sons é possível ouvir unitariamente cada voz, cada conversa na platéia, cada espirro e tosse, tudo. Ao andarmos por estas caixas, vemos que em cada ponto que estamos da obra temos uma experiência completamente diferente. A música se torna diferente pois nosso foco está em determinada caixa. Caso estejamos no centro da obra (já que ela é disposta em círculo assim como The Murder Of Crows) podemos ouvir uma ópera completa, um som que nos transporta e, uma vez estando de olhos fechados, nos conduzem a algo inigualável. 

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A arquitetura e arte interativa

           Para entender os conceitos de arquitetura e arte interativa, pesquisamos três artistas:

USMAN HAQUE

           Usman Haque é formado na Bartlett School of Architeture da University College of London. Em seus projetos, ele explora o princípios ligados à cibernética em seus projetos, como no seu trabalho final, o Moody Mushroom Floor (que explicaremos no final). Ele desenvolve instalações, projetos arquitetônicos e ambientes interativos, que chama de expansíveis.

           Haque diferencia a reatividade e interatividade em suas intervenções, através da exploração de conceitos da cibernética. Pra ele, a interatividade é basicamente ter a possibilidade de um feedback, permitindo a reconfiguração do espaço, um diálogo, ampliando as relações entre as pessoas e o espaço.
           Ele baseia seus trabalhos na “Teoria da Conversação” de Gordon Pask. Esta teoria diz que o que foi criado deve convidar o usuário a “conversar” com este contexto. O usuário pode participar da construção do projeto e participa da sua execução.
           O Moody Mushroom Floor é basicamente um sistema com oito dispositivos. Estes dispositivos geram um objetivo, uma aspiração. Através dessa aspiração, este dispositivo tem que gerar respostas externas que ajudam a alcançar este objetivo. Por exemplo, um cogumelo que se denomina “sombrio”, deve desenvolver modos de afastar as pessoas dele. Pra fazer isto, ele testa tipos de sons, luzes e cheiros para afastar as pessoas.

RAFAEL LOZANO-HEMMER

           Rafael Lozano-Hemmer é um artista que usa a eletrônica e idéias de arquitetura, teatro tecnológico e performance para fazer seus projetos. Ele é nascido na Cidade do México e é formado na Concordia University em Montreal.
           Ele é conhecido por suas instalações interativas em espaços públicos na Europa, Ásia e América. Ele usa, na maioria de seus projetos, robótica, gráficos computadorizados em tempo real, projetores, sons, interfaces de celulares, videos, sensores ultrassônicos, painéis de LEDs, etc. Em seus projetos ele tenta explorar a percepção e a vigilância.
           Um de seus projetos (que mais gostamos) é o Sandbox, que foi uma instalação feita em Santa Monica. Ela consiste em duas pequenas caixas de areia onde eram projetadas em pequenas dimensões as pessoas que estavam na praia. Os participantes que estavam naquelas caixas de areia poderiam tocar estes “fantasmas”. Quando faziam isto, uma câmera detectava essas mãos e com dois dos melhores projetores do mundo suspensos, projetavam elas na praia. Portanto, o projeto é composto em três escalas: a da pequena caixa de areia, a escala humana das mãos das pessoas e a escala monstruosa da praia.


ZIMOUN

            Zimoun, ao contrário dos dois artistas anteriores, utiliza uma técnica simples em suas obras: utiliza de pequenos e simples componentes, como um motor com uma bolinha presa em uma haste de metal, ou um motor com um fio grosso de plástico, mas, para compor sua obra numa totalidade, os repete várias vezes. Por exemplo, algumas obras são compostas por 150 motores iguais, com a mesma estrutura, postos um ao lado do outro.
           Zimoun trabalha o caos através da ordem. Apesar de cada elemento fazer seu caminho, estão, no geral, todos postos na mesma distância, fazendo um projeto homogêneo. Ele também trabalha os sons que são liberados desses projetos.
           Um de seus projetos é composto por 121 motores simples com hastes de metais com pedaços de cartões 8x8 cm. Em um outro, utiliza 138 motores dentro de caixas com uma das suas partes abertas e em cada motor, uma haste de ferro com uma bolinha de algodão que fica me atrito com estas caixas. O projeto é simples, mas é genial quando visto de modo geral, tanto do ponto de vista visual como sonoro. Para exemplificar, segue um dos vídeos disponíveis em seu site com várias de suas obras.



domingo, 18 de setembro de 2011

SketchUp perceptual do grupo refeito

          Depois de ouvir as críticas dos professores, nosso grupo refez a animação no SketchUp do lugar selecionado para a intervenção: o Mucama Arts

sábado, 17 de setembro de 2011

A obscena retratação da realidade de Larry Clark

           Larry Clark (Lawrence Donald Clark), nascido em 19 de Janeiro de 1943 (hoje com 68 anos) em Tulsta, Oklahoma nos Estados Unidos é um diretor e produtor de filmes, fotografo e escritor americano. É conhecido principalmente pelo seu filme Kids de 1995 e pelo seu livro fotográfico Tulsa. Como foco de seu trabalho, Clark  utiliza o uso ilegal  de drogas, o sexo e a violência. Sua mãe era fotógrafa itinerante e então, com 13 anos de idade, Clark entrou pro ramo e aprendeu fotografia.

           Larry Clark começou a injetar amphetamina com seus amigos em 1959. Sempre com uma câmera em mãos, Clark produziu fotos destes seus momentos com seus amigos de 1963 à 1971. A crítica disse que suas obras de arte dessa faze eram exatamente uma exposição da realidade da vida suburbana dos americanos.
           Clark frequentou a escola de artes Layton de Milwaukee em Wisconsin. Em 1964 então, mudou-se para New York onde trabalho autonomamente, mas dois meses depois foi chamado para servir o exército na guerra do Vietnam. Essa experiência o levou a publicar o livro Tulsa em 1971, um marco na sua carreira, um documentário fotográfico em branco e preto ilustrando seus amigos usando drogas. Neste trabalho ele trabalha com pouca luz e outras técnicas para envolver o espectador de forma ilícita. Para Clark, esse trabalho foi uma extensão de sua vida. Na própria abertura do livro vem escrito a seguinte frase: “I was born in Tulsa Oklahoma in 1943. When I  was sixteen I started shooting amphetamine. I shot with my friends everyday for three years and then left town but I’ve gone back through the years. Once the needle goes in it never comes out.
           Seguido deste trabalho, publicou o Teenage Lust (1983) que era uma autobiografia de seu passado baseado em fotos de outras pessoas que incluia fotos de família, de uso de drogas e de relações sexuais. O trabalho é dividido em três partes: a primeira é a de sua família e sua mudança para New York; a segunda é marcada pela seus desentendimentos com a lei, sua mudança para o Novo México e a busca pela utópica vida hippie; a terceira é uma série de uma poredora e comovente série de retratos de jovens masculinos na área do Times Square. Esse trabalho é mais extenso, experimental e explicito que o Tulsa, marcando a crueza, a vulnerabilidade e a incerteza da adolescencia, algo marcante em sua vida.
           Ele ganhou prêmios por Another Day in Paradise (no Cognac Festival Du Film Policier), Bully (no Stockholm Film Festival e Golden Lion) e por Kids (no Golden Palm). Sua filmografia é composta por Kids (1955), Another Day in Paradise (1998), Bully (2001), Teenage Caveman (2002), Ken Park (2002), Wassup Rockers (2006) e Destricted (2006). Em geral, todos seus filmes e fotografias exploram cenas de sexo e uso de drogas explicito, motivo por qual suas exposições são normalmente abertas apenas para maiores de 18 anos, como ocorreu no Museu de Arte Moderna de Paris.
                 Clark possui algumas obras do Teenage Lust e do Tulsa no Instituto de Arte Contemporanea de Inhotim. Seguem portanto as fotos de seu trabalho.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Percepção individual e grupal do espaço

           Para introduzir os trabalhos que serão feitos em Vitoriano Veloso, foi nos proposto que fizessemos no programa SketchUp um video simples individual e em grupo de percepção do local. Seguem portanto os videos:


Vídeo de percepção individual:


Vídeo de percepção em grupo: