Maquete feita pelo grupo |
Depois de passar meses analisando o espaço escolhido em Vitoriano Veloso para a intervenção, depois de fazer projetos no programa SketchUp (sensorial e físico), maquetes e a performance, o grupo passou para um próximo nível do projeto: o de selecionar as ideias, achar meios de desenvolvê-las e fazer a montagem completa. Para isto, tomando como base todas as nossas experiências em Bichinho, com a análise do espaço e das pessoas deste mesmo, apontamos os principais pontos que deveríamos tratar na nossa intervenção: o da marca do público e privado e da criação de um espaço que não fosse apenas de passagem, mas sim convidativo e aconchegante.
Decidimos aproveitar a ideia do público e privado devido ao amplo espaço convidativo do local que quase entra em contradição com a balaustrada cercando o local (algo não tão corriqueiro em Bichinho, uma vez que quase todas as casas não possuem essa delimitação). Esta também marca apenas uma maneira de se entrar na loja, de forma que seja perdida toda a liberdade de aproveitamento do espaço. Para isto, decidimos montar um escorregador (que foi feito com quatro placas de MDF) e uma escada de latas de tinta vazias para quebrar a barreira gerada pela balaustrada. Desta forma, teríamos agora três modos de se entrar no recinto: pela porta principal, pela escada ou pelo escorregador.
Para criar o espaço aconchegante e interativo ao mesmo tempo, decidimos produzir puffs feitos com garrafas pets cobertos com espuma e courino nas cores vermelha, verde e amarela (por causa das cores do Mucama) utilizando o formato de peças de tetris para que as pessoas pudessem se sentar, deitar e conversar. Para gerar um espaço tranquilo, decidimos usar três sons que seriam ativados pelo contato dos puffs: uma junção de quatro músicas (três da banda americana Beirut interpretadas por Grant – Scenic World, Nantes e Postcards from Italy – e uma da banda inglesa Beatles – Blackbird), sons de pássaros e som da chuva. A combinação das três faixas geraria um ambiente sereno e tranquilo para que as pessoas pudessem aproveitar.
Juntamente com o sistema de som, para evidenciar a trepadeira do local, decidimos acoplar um sistema de iluminação feito com fios de leds que seriam disposto por toda a trepadeira de modo que, cada um dos quatro seria ligado à uma das faixas de som, de modo que cada fio piscaria no ritmo do som acionado.
Deste modo, cada combinação de sons geraria um efeito diferente nas luzes do ambiente. A pessoa poderia acionar só os sons dos pássaros e da chuva se quisesse, só a música, a música e o som dos pássaros... Enfim, haveriam vários modos de configuração dos sons e das luzes. Juntamente com esta configuração de sons, existiriam configurações diferentes para os puffs, já que todos os sons poderiam ser acionados utilizando apenas três puffs. Deste modo, os puffs restantes poderiam ser colocados do modo que as pessoas utilizando o espaço desejassem.
Pensando no modo de se reconfigurar o escorregador também, decidimos colocar nele canetas para CD para que quem passasse por ali pudesse desenhar, escrever, deixar sua marca nele. Para nossa surpresa, o escorregador que no início parecia maravilhoso todo branco ficou ainda mais bonito coberto com desenhos de crianças, e recados amorosos da população.
A experiência final (que ocorreu no dia cinco de novembro de 2011) foi um sucesso. Todos que por ali passavam tentavam entrar pelo escorregador que, no fim das contas, foi o ponto preferido de várias crianças do vilarejo. A iluminação e os puffs surtiram o efeito que esperávamos, e gerou um ambiente muito aconchegante.